Num zum zum suicida
O voo espatifa-se
Contra a transparência
punkpoemas
Poemas de inspiração punk Sem inspiração Ou desesperados
quarta-feira, janeiro 11, 2012
Muitas mortes
Quantas vezes há morte
em uma semana
um dia
?
A morte presencia-se
No beijo não dado
Na palavra negada
No amor acumulado, represado, sonegado
Na ideia natimorta
No afago recusado com mão torta
No sorriso atrás da porta
No elogio fácil ou falso
A morte é
pingo de sangue
na roupa nova
em uma semana
um dia
?
A morte presencia-se
No beijo não dado
Na palavra negada
No amor acumulado, represado, sonegado
Na ideia natimorta
No afago recusado com mão torta
No sorriso atrás da porta
No elogio fácil ou falso
A morte é
pingo de sangue
na roupa nova
Poesia orgânica
À Marcos Prado
Ele caga e dança para a poesia
Ato orgânico, indispensável a cada dia
Impensável viver
Uma vida oclusa
Obtusa, inconclusa
A palavra que não dança, nem caga
Está morta, acabada, inanimada
Tudo morre dentro
Nada aduba
Ele caga e dança para a poesia
Ato orgânico, indispensável a cada dia
Impensável viver
Uma vida oclusa
Obtusa, inconclusa
A palavra que não dança, nem caga
Está morta, acabada, inanimada
Tudo morre dentro
Nada aduba
Novo piercing
Do peito pende uma argola
Que o espelho admira
Toca
E pensa em Luiz
Se um dia também vai tocá-la
Não agora, que ainda dói
Que o espelho admira
Toca
E pensa em Luiz
Se um dia também vai tocá-la
Não agora, que ainda dói
Vilnerável
Coração vilnerável
Olhos oblíquos e dissimulados
Capitu agressiva e selvagem
Gata que arranha o sofá
O mal consciente inexiste nela
No outro não se reconhece
Nada além do prazer
Quando o mundo se apresenta
Um dos dois é esmagado
Olhos oblíquos e dissimulados
Capitu agressiva e selvagem
Gata que arranha o sofá
O mal consciente inexiste nela
No outro não se reconhece
Nada além do prazer
Quando o mundo se apresenta
Um dos dois é esmagado
Memória
Isso que tanto me marcou
Aconteceu ontem
ou
Ainda vai acontecer
A memória que não tenho me extravasa
A que tenho não se encontra
Flecha sem alvo pairando no ar
Aconteceu ontem
ou
Ainda vai acontecer
A memória que não tenho me extravasa
A que tenho não se encontra
Flecha sem alvo pairando no ar
segunda-feira, outubro 10, 2011
quarta-feira, outubro 05, 2011
segunda-feira, julho 25, 2011
Nevermore
Cérebro em expansão
Pressão na caixa craniana
Dor
Estômago embrulhado
revirado em álcool
vômito
O mundo se move rápido demais
O corvo da ressaca grita no ouvido:
"Nevermore, nevermore"
Pressão na caixa craniana
Dor
Estômago embrulhado
revirado em álcool
vômito
O mundo se move rápido demais
O corvo da ressaca grita no ouvido:
"Nevermore, nevermore"
quinta-feira, julho 07, 2011
O morto
A morte impõe-nos a ausência
O mundo e o peito esvaziam-se
O nada deixa tudo enorme
Diminuímos
Um dia compreendemos
O morto não partiu
Carregamos o morto dentro
Há que se viver por dois
Honrando-lhe mente e alma
Somos uno em um duplo sutil
Sós, temos um outro que nos socorra
Vida e morte preenchem-nos
Somos três, somos dez, somos mil
Fortes como amor e amizade
Que a terra não cobriu nem o fogo consumiu
O mundo e o peito esvaziam-se
O nada deixa tudo enorme
Diminuímos
Um dia compreendemos
O morto não partiu
Carregamos o morto dentro
Há que se viver por dois
Honrando-lhe mente e alma
Somos uno em um duplo sutil
Sós, temos um outro que nos socorra
Vida e morte preenchem-nos
Somos três, somos dez, somos mil
Fortes como amor e amizade
Que a terra não cobriu nem o fogo consumiu
quinta-feira, janeiro 20, 2011
A menina dança
A menina dança
Redemoinho sensual
Gira roda garota
Som de maracatu
Garibaldis e Sacis
Ou Móveis Coloniais de Acaju
Apenas uma garota que dança
Sem dores e ais
Desamores e quetais
Felicidade que se espalha
Em suores de Ramones
A solidão é uma certeza
Para mãos e olhares pidonhos
Desvios de leveza
Para rodopios risonhos
O som da Gentileza
Redemoinho sensual
Gira roda garota
Som de maracatu
Garibaldis e Sacis
Ou Móveis Coloniais de Acaju
Apenas uma garota que dança
Sem dores e ais
Desamores e quetais
Felicidade que se espalha
Em suores de Ramones
A solidão é uma certeza
Para mãos e olhares pidonhos
Desvios de leveza
Para rodopios risonhos
O som da Gentileza
domingo, dezembro 12, 2010
Zumbi de bigodes
Leminski está morto
A pau a pedra a fogo a pique
Vermes Occams comeram-lhe a carne
Mas vem do cachorro louco um repique
Não há terra que lhe acalme
Mesmo decomposto ele brame
Expirado, ele inspira
Não há quem não o ame
Não há quem não o infame
Nem isso nem menos nem tanto nem quase
O zumbi de bigodes retorna à profunda superfície, sua base
Maltrata-nos em ais e cais
Metamorfoseia-nos
Até compreendermos
Que os mortos somos nós
Mandados por ele
Leminskianos insetos parentes do alfabeto
Nos picam
E outras proesias implicam
Levanta-te, Lazaroento poeta!
Tua defunta presença nos marreta
Dai-nos a cova
Precisamos desse espaço
Ou você não se toca
Que tua presente morte nos sufoca
A pau a pedra a fogo a pique
Vermes Occams comeram-lhe a carne
Mas vem do cachorro louco um repique
Não há terra que lhe acalme
Mesmo decomposto ele brame
Expirado, ele inspira
Não há quem não o ame
Não há quem não o infame
Nem isso nem menos nem tanto nem quase
O zumbi de bigodes retorna à profunda superfície, sua base
Maltrata-nos em ais e cais
Metamorfoseia-nos
Até compreendermos
Que os mortos somos nós
Mandados por ele
Leminskianos insetos parentes do alfabeto
Nos picam
E outras proesias implicam
Levanta-te, Lazaroento poeta!
Tua defunta presença nos marreta
Dai-nos a cova
Precisamos desse espaço
Ou você não se toca
Que tua presente morte nos sufoca
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