quarta-feira, julho 26, 2006

Intensa feito criança

Ela é intensa feito uma criança

O pensamento voou na cabeça

As crianças tomam nosso tempo
Necessitam nosso tempo
Tomam tudo da gente
Tomam a gente se a gente deixa

Mas ela era intensa de outro modo
Embora parecida com uma criança


Magnética

Pensou e lembrou do Jorge Ben (jor)

E ela bem que poderia estar no meio da torcida do Flamengo

Já a imaginava pulando e gritando e agitando bandeira

Diversão. Era do que ele precisava e buscava
Não imaginou ainda estar melancólico
Mas ela se agitava, falava
enquanto ele pensava, olhava


Intensa e magnética

Divertida? Sim, também era divertida, mas falava demais

Não poderia dizer que ela era bonita,
mas gostaria de repetir o sexo com ela
Não agora, outro dia

Olhava as costas desaparecendo sob o algodão rosa
Ela virou rápido e falou:


E aí, velhinho. Paga logo que eu preciso cair fora!

quinta-feira, julho 20, 2006

Se fosse

Sem chances, velhinho
Essa parada aí é minha

Ainda bem que foi ele
E não eu
O cara tinha uma faca
E o Betão tá até hoje no hospital
Fui lá visitar
Tava cheio de tubo
Me apresentou a irmã
Bete
Beto e Bete
Assim mesmo
Não é nem Roberto nem Elizabete
Só Beto e Bete
São gêmeos
Mas ela é bonita
Nem se compara
Se fosse igual
Não ia beijar

terça-feira, julho 18, 2006

Péraí

Na aula, não entendeu nada
Porque não prestou atenção
Tentava se concentrar, mas
De repente
Quando percebia
Já estava voando de novo
Achou que tinha algum problema
Lembrou de uma palestra
A droga faz perder a concentração
Mas faz tempo que não toma nada
Nem sai direito
A última vez foi na festa do Kill
Junto com vinho barato
Mas nem tinha sentido nada
Não bateu
Foi no dia em que a Aninha
E a Fifi se pegaram na porrada
Por causa do Jeferson
Que saiu com a Andréa
Filho da puta
Como é que pode o cara
E ela, a Andréa, falava que tinha raiva dele
Que era canalha, oferecido
E eu ali escutando
Dando uma de amigo
Um dia até abracei ela
Que tava mal com a bebida
Vomitou um montão
E eu ali escutando
Ajudando
Ajudei ela a se limpar
Levei pra casa
Ainda dei beijo
Meio com nojo daquela boca vomitada
No dia seguinte ela nem falou nada
Nem agradeceu
Só disse pra gente ir pra festa do Kill
Sábado
Que ia ser legal
Fui pegar pra levar
Andei um montão
Chegamos lá
Olhou o Jéferson, olhou pra mim
Disse péraí que já volto …

sábado, julho 15, 2006

Roots




Ele descia a Visconde pra ir do
92 para o Lino
quando pisou na merda
vai ficar fedendo pra caralho
porque entrou nas fendas do coturno
não adianta esfregar na grama
se bem que melhora um pouco
procurou um pedaço de pau
e sentou no chão para limpar melhor a sola
foi então que ele se sentiu muito sozinho
e lembrou da cara de Rutinha
que ele chamava de Roots
caindo na sua frente e
o sangue jorrar da boca
menos de um segundo depois de
se arrebentar no chão
passou os dedos nos cabelos dela
que sorriu com dentes vermelhos
levantou como se não tivesse acontecido nada
puxou ele do chão
e começaram a dançar
mas aí o Jorjão chegou
e ela pulou no pescoço dele
acabou-se a dança
restou a merda

sexta-feira, julho 14, 2006

2 dias

Dois dias


Pink era uma garota linda
Original
Tinha tatuagem de tatu
Porque gostou do trocadilho
E pra agradar o namorado
O Tatoo
Que não era tatuador
Mas gostava de brincar com canivetes

Não havia banco de praça
De ônibus e mesa de boteco
Que não conhecesse o canivete de Tatoo
Mas o apelido pegou mesmo
Depois que ele fez aquilo com o chileno

Não foi por mal
Foi na hora da raiva. Depois
Passou e os dois até
Se cruzaram numa boa
Quase sem rancor

Pink não entendeu nada
Quando Tatoo largou dela
Pra ficar com aquela burguesinha
Artista plástica que desenhava frangos pelados
Chorou dois dias escondida
Depois, decidiu dar pro chileno