segunda-feira, julho 25, 2011

Nevermore

Cérebro em expansão
Pressão na caixa craniana
Dor

Estômago embrulhado
revirado em álcool
vômito

O mundo se move rápido demais

O corvo da ressaca grita no ouvido:
"Nevermore, nevermore"

quinta-feira, julho 07, 2011

O morto

A morte impõe-nos a ausência

O mundo e o peito esvaziam-se

O nada deixa tudo enorme

Diminuímos

Um dia compreendemos

O morto não partiu

Carregamos o morto dentro

Há que se viver por dois

Honrando-lhe mente e alma

Somos uno em um duplo sutil

Sós, temos um outro que nos socorra

Vida e morte preenchem-nos

Somos três, somos dez, somos mil

Fortes como amor e amizade

Que a terra não cobriu nem o fogo consumiu

quinta-feira, janeiro 20, 2011

A menina dança

A menina dança

Redemoinho sensual
Gira roda garota
Som de maracatu
Garibaldis e Sacis
Ou Móveis Coloniais de Acaju

Apenas uma garota que dança

Sem dores e ais
Desamores e quetais
Felicidade que se espalha
Em suores de Ramones

A solidão é uma certeza

Para mãos e olhares pidonhos
Desvios de leveza
Para rodopios risonhos
O som da Gentileza