Guardemos o silêncio
Vamos protege-lo
dos berrantes aberrantes
das hostes de BBBostas ambulantes
Vamos preservá-lo
dos autofalantes
dos políticobufantes
Salvemo-lo
do trio elétrico
e do carro dos sonhos
Fechemos dentro de um livro
o apoplético risonho
Mandemos à quietude da biblioteca
o aético bisonho com discurso enfadonho
Feito isso
soltemos o silêncio
para ele correr livre por aí
invadindo iPods e celulares estridentes
numa algazarra muda e eloquente.
Até ele cansar
pois sem cantar
não há quem aguente