quarta-feira, janeiro 31, 2007

Gente é pra brilhar


Era noite
Chovia
Bar aberto
Eu dentro


A mulher das rosas também entrou
No colo
O filho era ranho
E braços
E pernas
E cabeça caída


- Compra uma rosa prela tio!!??


- Ela não merece – resposta de sempre


Um pedaço da criança
Escorreu pelos calcanhares
E caiu em meu copo


- Cadê o garçon??


Em cada rosa confinada em plástico
Vendida ia com ela
Um pedaço escorrido da criança


Pequeno botão de espinhos


Nas pétalas
a cor da vida que escorre


Na vida
a lembrança da cor




2 comentários:

Anônimo disse...

belo poema Luiz, falou e disse!
abs

Anônimo disse...

Muito bom, o blog!