Leminski está morto
A pau a pedra a fogo a pique
Vermes Occams comeram-lhe a carne
Mas vem do cachorro louco um repique
Não há terra que lhe acalme
Mesmo decomposto ele brame
Expirado, ele inspira
Não há quem não o ame
Não há quem não o infame
Nem isso nem menos nem tanto nem quase
O zumbi de bigodes retorna à profunda superfície, sua base
Maltrata-nos em ais e cais
Metamorfoseia-nos
Até compreendermos
Que os mortos somos nós
Mandados por ele
Leminskianos insetos parentes do alfabeto
Nos picam
E outras proesias implicam
Levanta-te, Lazaroento poeta!
Tua defunta presença nos marreta
Dai-nos a cova
Precisamos desse espaço
Ou você não se toca
Que tua presente morte nos sufoca