domingo, dezembro 12, 2010

Zumbi de bigodes

Leminski está morto
A pau a pedra a fogo a pique

Vermes Occams comeram-lhe a carne
Mas vem do cachorro louco um repique

Não há terra que lhe acalme
Mesmo decomposto ele brame
Expirado, ele inspira
Não há quem não o ame
Não há quem não o infame

Nem isso nem menos nem tanto nem quase

O zumbi de bigodes retorna à profunda superfície, sua base

Maltrata-nos em ais e cais

Metamorfoseia-nos

Até compreendermos
Que os mortos somos nós

Mandados por ele
Leminskianos insetos parentes do alfabeto
Nos picam
E outras proesias implicam

Levanta-te, Lazaroento poeta!

Tua defunta presença nos marreta

Dai-nos a cova
Precisamos desse espaço
Ou você não se toca
Que tua presente morte nos sufoca

2 comentários:

Ivan disse...

Não olhe agora, meu irmão-hipócrita-leitor,
mas tem um poeta-tradutor-crítico te seguindo,
e ele ainda não terminou no fim do

Anônimo disse...

AO MEIO

O que é vai meu canta
o que é vai meu bora

de um verso