As frases surgiram do nada
Seriam saudação ao desejo?
Um bom dia aprofundado?
Mas ela pegou outro caminho
As palavras flutuaram sem serem ditas
Antes que o vento as soprasse
Costurou-as a tinta no papel
Para uma outra oportunidade
Decorou-as
Ensaiou um jeito natural de dizê-las
e atrair a atenção
Distraído, não a viu
Ela trouxe um inexplicável “oi” de repreensão
O beijo na face quente foi frio
A partida, instantânea e decisiva
As palavras no bolso e na mente
Esconderam-se
O mundo gira rápido demais para ele
Aceitar e compreender as impossibilidades
No bolso as palavras-unhas-canivete arranhavam
Arrancou-as e sem despedida
Com um ensaiado jeito natural
Devolveu-as ao vento
Ela percebeu de longe
Quando a distância se fez segura
Colheu o papel desprezado
As frases encontravam seu destino
Mas palavras sem desejo ou sentimento
Tornam-se apenas palavras:
“Senhora dos meus sonhos”
“Musa das minhas fantasias”
“Dona de todas as divagações”
“Distante dama da realidade”
2 comentários:
Pôrra. Teus poemas são do cacete. Porrada mesmo. Vou voltar sempre. Parabéns
"Mas palavras sem desejo ou sentimento Tornam-se apenas palavras..."
Amei *-*
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